domingo, 25 de novembro de 2012


25/11/2012 19h01 - Atualizado em 25/11/2012 20h20

Raçudo, Galo vira sobre o Bota e mantém chance de ser o segundo

Time mineiro consegue empate com um jogador a menos e, repetindo roteiro do primeiro turno, chega à vitória por 3 a 2 aos 43 do segundo tempo

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

  • lance capital
    36 do 2º tempo
    O Bota mandava em campo, com um jogador a mais, quando Richarlyson, que substituíra Escudero, fez o gol que mudou a cara da partida.
  • o nome do jogo
    Cuca
    O técnico do Atlético-MG foi muito feliz nas substituições. Juninho deu mais velocidade ao time, e Richarlyson recompôs o lado esquerdo, fazendo um gol.
  • altos e baixos
    Seedorf
    O holandês não atuou bem, errou na origem do gol de Bernard, mas cobrou os escanteios dos gols do Botafogo e quase fez um golaço na etapa final.
Até os 43 minutos do segundo tempo do jogo no Engenhão, o Atlético-MG se via obrigado a disputar a fase prévia da Taça Libertadores do ano que vem. O gol de Réver, que determinou a vitória de virada por 3 a 2 sobre o Botafogo, manteve a esperança de ultrapassar o Grêmio e ficar com a segunda colocação do Campeonato Brasileiro - o que lhe daria um lugar já na fase de grupos da competição continental. Curiosamente, o placar deste domingo e o momento do último gol da partida foram iguais aos do confronto do primeiro turno, no Independência.
Bernard, em bela cobrança de falta, e Richarlyson marcaram os outros gols do Galo, que conseguiu o empate quando tinha um jogador a menos em campo. Junior Cesar foi expulso aos 20 do segundo tempo. Os gols do Botafogo - que conseguiu a primeira virada da partida - foram de Antônio Carlos, o seu primeiro neste campeonato, e Elkeson. Lucas recebeu cartão vermelho logo antes do gol de Réver.
Esta foi a primeira vitória fora de casa do Atlético-MG no segundo turno - a última havia sido em 21 de julho, 4 a 1 sobre o Sport. O time soma agora 69 pontos, um a menos do que o Grêmio. A disputa pela vice-liderança se dará na última rodada nos clássicos estaduais contra Cruzeiro e Inter, ambos às 17h de domingo.
- No último jogo, que é importantíssimo, temos que buscar a vitória para fechar bem o Campeonato Brasileiro. Não com chave de ouro, porque queríamos o título, mas bem. Também por ser um clássico, a vitória é essencial. Em todos os lugares, o domingo vai ser bem quente - comentou Bernard, satisfeito com o empenho da equipe no Engenhão. - Foi uma vitória com a cara do Atlético-MG. Sofrida.
O Botafogo, que parecia ter o jogo sob controle, a ponto de sua torcida gritar "olé", estacionou nos 54 pontos e é o sétimo colocado. Com a derrota, Oswaldo de Oliveira ouviu mais uma vez xingamentos de torcedores.
- Acho essa questão da torcida no estádio uma coisa canalizada, que deveria ser estudada. Não é a torcida e tenho certeza disso. Já vi muita coisa nesses 37 anos de futebol. Treinador caindo, que era aplaudido pela torcida, enquanto os carros dos jogadores eram quebrados - comentou o treinador.
A renda somou R$ 51.935, para um público de 3.039 pagantes (4.629 presentes). Na última rodada do Brasileirão, o Alvinegro enfrenta o Flamengo no sábado, às 19h30m (de Brasília).
Bernard gol Atlético-MG (Foto: Wagner Meier / Ag. Estado)Bernard recebe os cumprimentos de Jô e Guilherme após gol de falta (Foto: Wagner Meier / Ag. Estado)
O jogo
Tarde chuvosa, estádio vazio, sonolência. A partida começou numa lentidão digna de fim de festa. Muitos erros de passe, especialmente no lado carioca, tornavam o jogo moroso, quase sem interesse, até que aos 13 minutos Jô foi derrubado por Antônio Carlos perto da meia-lua, após uma tentativa equivocada de Seedorf de dar um toque de calcanhar na saída de bola. Bernard cobrou com muita categoria, à la Ronaldinho Gaúcho, ausente por lesão. Pôs a bola no ângulo direito de Jefferson, que só assistiu ao belo gol.
O time da casa tentou reagir, mas não conseguia solução para despertar em campo. Já os mineiros, na base dos contra-ataques, eram mais perigosos. Porém, lógica e futebol nem sempre combinam e, mesmo sem fazer muito por merecer, o Botafogo empatou o jogo aos 27, com um gol inédito neste Campeonato Brasileiro: do zagueiro Antonio Carlos, que completava o seu 150º jogo com a camisa alvinegra. Seedorf cobrou escanteio pela direita, e o zagueiro nem precisou tirar os pés do chão para cumprimentar de cabeça e contar com a colaboração do goleiro Victor.
A zaga atleticana continuou desnorteada, e a equipe do Rio de Janeiro se aproveitou para virar dois minutos depois, em nova jogada surgida de um escanteio, desta vez no lado esquerdo. Seedorf cobrou de novo, Antonio Carlos, no segundo pau, cabeceou para trás, Lodeiro furou e Elkeson chutou forte, rasteiro, no meio do gol para desempatar o jogo. O time da casa passou a jogar com mais confiança e com toque de bola mais eficiente, mas aos 36 chegou a levar um gol de Escudero, em lance mal invalidado, porém de grande dificuldade para o assistente Marcio Luiz Augusto, que marcou impedimento do atacante.
Jogo ganha mais disposição, velocidade e qualidade
O Atlético-MG retornou com uma disposição até então não demonstrada por ninguém no Engenhão, e o jogo na etapa final teve mais velocidade e qualidade, com os dois times buscando o gol. Em vantagem, o Botafogo passou a explorar os contra-ataques e teve ótima chance com Elkeson, aos sete minutos, mas Victor espalmou a escanteio. O ímpeto inicial dos mineiros não durou muito, e, pouco depois de Guilherme receber cartão amarelo e levar uma bronca do árbitro Wilton Pereira Sampaio, Cuca tirou o seu camisa 10 e pôs Juninho em seu lugar.
O Atlético-MG voltou a crescer em campo, e Escudero teve boa oportunidade, aos 16, mas chutou para fora, da meia-lua, à esquerda de Jefferson. Porém, uma bobeada incrível após uma cobrança de falta no ataque feita por Junior Cesar - que Pierre não viu - causou um prejuízo enorme para o time mineiro, aos 20. Seedorf se aproveitou, avançou de seu campo, ia penetrar sozinho na área, mas antes foi derrubado por Junior Cesar, que recebeu imediatamente o cartão vermelho.
Melhor para o Botafogo, que ficou com vantagens no placar e no número de jogadores em campo, e foi em busca do terceiro gol. Aos 29, em outro contragolpe rápido pela direita, Seedorf quase surpreendeu Victor, que estava mal posicionado. Seria um golaço. Quatro minutos depois, após falha de Réver, Elkeson por pouco não marcou de bicicleta. A partida estava nas mãos dos cariocas, mas a lógica novamente foi desprezada pelo destino da partida. Num dos raros ataques atleticanos após a expulsão de Junior Cesar, Juninho cruzou da direita na área para Richarlyson, que entrou solto no lado oposto e bateu de primeira para empatar novamente, aos 36: 2 a 2.
A partir daí, os visitantes se animaram e quase conseguiram virar, com Bernard e depois com Jô. Aos 42, Lucas derrubou Leandro Donizete, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Um minuto depois, o castigo foi mais duro para os botafoguenses: Serginho recebeu na área, pela direita, e tocou para Réver, completamente livre, tocar da pequena área para colocar no placar 3 a 2 para o Atlético-MG. O desespero tomou conta do Botafogo, e os poucos torcedores presentes ao estádio passaram a xingar o técnico Oswaldo de Oliveira, que pagou o preço pelas bobeiras de seu time em campo.
fonte  http://globoesporte.globo.com/

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