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`Rua da Pegação´: homens se encontram para sexo casual
Jovens, homens casados e até pais de família se aproveitam da escuridão para conseguir prazer
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FOTO: CHARLES SILVA DUARTE
São pouco mais de 20h, e três ruas do bairro Cidade Industrial, em Contagem, na região metropolitana, começam a ganhar uma nova dinâmica. O lugar - que durante o dia fica tomado por carretas que atendem empresas da região e é usado como rota de passagem entre as importantes avenidas Amazonas e David Sarnoff - vira ponto de encontro de homens em busca de sexo descompromissado logo que a noite cai.
O ambiente pouco iluminado e a quase inexistente movimentação noturna fizeram a rua Três ganhar o apelido de "Rua da Pegação". A via paralela, a Dois, também é usada para os encontros homossexuais, que geralmente acabam em sexo praticado no meio da rua. A avenida Jorge Ferreira Gomes serve de passagem para os interessados.
O fluxo de veículos impressiona. Os frequentadores ficam à vontade, e basta uma volta rápida para ver cenas fortes, como um grupo de jovens fazendo sexo na sombra de uma carreta ou rapazes se masturbando e fazendo sexo oral. Com o passar das horas, aumenta o número de veículos e pessoas - todas bem vestidos. O clima é de paquera, com troca de olhares.
O professor Ricardo*, 34, que mora no centro da capital, frequenta a rua há um ano. Ele afirma ter conhecido o lugar por meio de um grupo de amigos e estar em busca de sexo. "Na primeira vez, fiquei assustado. A gente vem (aqui) para se relacionar mesmo e depois ir embora".
"Venho para curtir. Meu namorado vem comigo. Sabemos que o risco de violência existe, mas é excitante", revela o vendedor Túlio*, 32. Segundo ele, nem todas as vezes que ele e o namorado, de 28 anos, foram ao local tiveram relações com outras pessoas. "Às vezes, a gente só vê o que está rolando".
O dentista André* visitou o local três vezes e afirma que o descobriu por acaso, em março. Fui a uma loja próxima e reparei a movimentação quando passei pelas ruas. Fiquei curioso e resolvi ver o que era", contou.
O auxiliar de veterinária Fernando*, 27, admite que a maioria dos homens pratica sexo oral sem camisinha. "Mas quando há sexo mesmo, a gente sempre usa camisinha", garante o jovem, que afirma preferir o ambiente pouco iluminado da rua às câmeras e seguranças das boates.
Dinheiro. Na rua Três, o desprendimento na busca pelo sexo não é comum a todos, alguns querem pagamento. É o caso de Fabrício*, 24, que procura um programa. "Começo a trabalhar como segurança na semana que vem, mas preciso de dinheiro", diz o rapaz, que mora em Betim, na região metropolitana, e conheceu o lugar por meio do ex-namorado.
Em meio a jovens e ao anonimato, há homens casados e pais de família buscando uma alternativa para assumir sua orientação sexual. É o caso do dentista André*. "Tenho receio de que alguém me veja. Das vezes que vim, circulei um pouco e fui embora. Deu ressaca moral".
* Nomes fictícios
O ambiente pouco iluminado e a quase inexistente movimentação noturna fizeram a rua Três ganhar o apelido de "Rua da Pegação". A via paralela, a Dois, também é usada para os encontros homossexuais, que geralmente acabam em sexo praticado no meio da rua. A avenida Jorge Ferreira Gomes serve de passagem para os interessados.
O fluxo de veículos impressiona. Os frequentadores ficam à vontade, e basta uma volta rápida para ver cenas fortes, como um grupo de jovens fazendo sexo na sombra de uma carreta ou rapazes se masturbando e fazendo sexo oral. Com o passar das horas, aumenta o número de veículos e pessoas - todas bem vestidos. O clima é de paquera, com troca de olhares.
O professor Ricardo*, 34, que mora no centro da capital, frequenta a rua há um ano. Ele afirma ter conhecido o lugar por meio de um grupo de amigos e estar em busca de sexo. "Na primeira vez, fiquei assustado. A gente vem (aqui) para se relacionar mesmo e depois ir embora".
"Venho para curtir. Meu namorado vem comigo. Sabemos que o risco de violência existe, mas é excitante", revela o vendedor Túlio*, 32. Segundo ele, nem todas as vezes que ele e o namorado, de 28 anos, foram ao local tiveram relações com outras pessoas. "Às vezes, a gente só vê o que está rolando".
O dentista André* visitou o local três vezes e afirma que o descobriu por acaso, em março. Fui a uma loja próxima e reparei a movimentação quando passei pelas ruas. Fiquei curioso e resolvi ver o que era", contou.
O auxiliar de veterinária Fernando*, 27, admite que a maioria dos homens pratica sexo oral sem camisinha. "Mas quando há sexo mesmo, a gente sempre usa camisinha", garante o jovem, que afirma preferir o ambiente pouco iluminado da rua às câmeras e seguranças das boates.
Dinheiro. Na rua Três, o desprendimento na busca pelo sexo não é comum a todos, alguns querem pagamento. É o caso de Fabrício*, 24, que procura um programa. "Começo a trabalhar como segurança na semana que vem, mas preciso de dinheiro", diz o rapaz, que mora em Betim, na região metropolitana, e conheceu o lugar por meio do ex-namorado.
Em meio a jovens e ao anonimato, há homens casados e pais de família buscando uma alternativa para assumir sua orientação sexual. É o caso do dentista André*. "Tenho receio de que alguém me veja. Das vezes que vim, circulei um pouco e fui embora. Deu ressaca moral".
* Nomes fictícios
Assaltos são frequentes no local
Além dos próprios frequentadores, os funcionários das empresas da região reclamam de constantes assaltos. De acordo com um operador de alto-forno de 34 anos que preferiu não se identificar, vários colegas de trabalho já foram abordados quando saíam do serviço no período noturno. "Muitas pessoas vêm para a rua só para roubar. Já chamamos a polícia algumas vezes, mas eles não vêm. Falam que é assim mesmo", conta.
Durante as duas horas em que a reportagem ficou na rua, nenhuma viatura passou pelo local. O 39º Batalhão de Polícia Militar (PM), responsável pelo policiamento na área, informou ter conhecimento do ponto de encontro e dos roubos. Os frequentadores, porém, só podem ser abordados se forem flagrados fazendo sexo ou roubando. "Por ser uma área industrial, o número de chamadas é baixo. Se fosse residencial, com certeza teríamos mais chamadas", afirmou o capitão Aluízio Alves Gomes.
Segundo ele, o patrulhamento é diário, mas há somente uma viatura para percorrer todo o bairro Cidade Industrial. Ele não soube informar quantas vezes o carro da PM esteve no local no último mês nem se haverá operações na rua.
Sem projeto. A Prefeitura de Contagem também admitiu conhecer a "Rua da Pegação". Segundo a administração municipal, não há nenhum projeto de intervenção elaborado especificamente para a região. (JHC)
Durante as duas horas em que a reportagem ficou na rua, nenhuma viatura passou pelo local. O 39º Batalhão de Polícia Militar (PM), responsável pelo policiamento na área, informou ter conhecimento do ponto de encontro e dos roubos. Os frequentadores, porém, só podem ser abordados se forem flagrados fazendo sexo ou roubando. "Por ser uma área industrial, o número de chamadas é baixo. Se fosse residencial, com certeza teríamos mais chamadas", afirmou o capitão Aluízio Alves Gomes.
Segundo ele, o patrulhamento é diário, mas há somente uma viatura para percorrer todo o bairro Cidade Industrial. Ele não soube informar quantas vezes o carro da PM esteve no local no último mês nem se haverá operações na rua.
Sem projeto. A Prefeitura de Contagem também admitiu conhecer a "Rua da Pegação". Segundo a administração municipal, não há nenhum projeto de intervenção elaborado especificamente para a região. (JHC)
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fonte o tempo
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