Moradores do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, voltaram a enfrentar a Polícia Militar (PM) após mais um assassinato no local. Os militares foram responsabilizados pela morte de um jovem de 24 anos na tarde desta segunda-feira. Um ônibus foi incendiado e um cinegrafista acabou atingido por um tiro de bala de borracha.
Confira galeria de fotos do confronto no Serra
A
versão da Polícia Militar sobre o caso é diferente. Segundo a
corporação, desde a manhã desta segunda-feira os militares receberam uma
denúncia via o 181 dizendo que homens armados estariam andando pela
Avenida Mangabeira da Serra com Rua da Água. Uma viatura passou pelo
local durante a tarde e deparou com os suspeitos. Houve troca de tiros e
o jovem foi atingido na cabeça.
Houve troca de tiros entre PM e moradores do local |
Algumas
pessoas informaram que os policiais entraram atirando e acertaram
Helenilson Eustáquio da Silva Souza, que morreu na hora. “Mataram
covardemente um rapaz que nunca foi preso. Ele não estava armado e
chegou a colocar a mão na cabeça antes de ser morto”, disse um morador.
A família do jovem informou que ele trabalhou o dia inteiro como auxiliar de pedreiro. No fim da tarde, voltou para casa para tomar um banho e depois saiu para a rua. Segundo parentes, Souza era uma pessoa trabalhadora que não tinha nenhum envolvimento com o crime.
A família do jovem informou que ele trabalhou o dia inteiro como auxiliar de pedreiro. No fim da tarde, voltou para casa para tomar um banho e depois saiu para a rua. Segundo parentes, Souza era uma pessoa trabalhadora que não tinha nenhum envolvimento com o crime.
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A situação no local continua tensa. A cada abordagem dos policiais, os moradores gritam palavras de ordem e partem para cima dos militares. Os moradores prometem fazer novos ataques durante a noite.
Conflito antigo
Em fevereiro do ano passado, o Aglomerado da Serra também foi palco de conflitos entre a população e a PM. Dois homens - Jeferson Coelho da Silva, de 17 anos, e seu tio e enfermeiro, Renilson Veriano da Silva, de 39 - foram assassinados por militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam). Dois policiais - Jonas David Rosa e Jason Ferreira Paschoalinho - vão a júri popular pelo duplo assassinato.
Na ocasião, os moradores também queimaram ônibus e entraram em confronto com os policiais. Isso porque, após o crime, os militares envolvidos na ocorrência mudaram a versões dos fatos e criaram uma nova situação para justificar o duplo homicídio. Porém, durante as investigações, ficou provado que as vítimas foram assassinadas à queima roupa por tiro de fuzil.
Após os assassinatos, os moradores afirmam que foi feito um acordo para que a Rotam não entrasse mais ao Aglomerado. Mas, nesta segunda-feira, os policiais do grupamento estavam presentes no local, o que também casou revolta.
(Com informações de Landercy Hemerson)fonte estaminas
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