domingo, 25 de novembro de 2012

PCC realizou `batismos´ de 90 novos integrantes em Minas

Governo mineiro contesta relatório federal e nega presença no Estado


SÃO PAULO. Nascida e gerida a partir dos presídios de São Paulo, a maior organização criminosa brasileira vive um momento de franca expansão e já conta com representantes em 21 Estados e no Distrito Federal, além de Paraguai e Bolívia. A facção movimenta pelo menos R$ 72 milhões anuais com o comércio de drogas e mensalidades pagas por 13 mil integrantes, dos quais 6.000 estão em presídios paulistas, 2.000 nas ruas de São Paulo e 5.000 em outros Estados, segundo relatório reservado da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça.

A expansão para outros Estados estava prevista desde os primeiros estatutos da organização, mas ganhou força nos últimos dois anos, de acordo com levantamentos dos órgãos de inteligência. Desde julho do ano passado, promotores trocam informações sob o comando do Grupo Nacional de Combate a Organizações Criminosas (GNCOC). Os dados obtidos pelo grupo mostram que apenas entre janeiro e setembro de 2011 foram realizados 90 "batismos" de novos integrantes em Minas Gerais e 56 na Bahia, Estados que mais se destacam pelo crescimento da organização em seus presídios.

Houve aumento significativo também no Mato Grosso do Sul (45), Paraná (27), Estados estratégicos em função do fornecimento de drogas via Paraguai e Bolívia, além de Espírito Santo (30) e Pernambuco (21).

Principal responsável pela atual crise de segurança em São Paulo, a mensagem espalhada entre os integrantes da facção cobrando a morte de dois policiais para cada integrante assassinado nas ruas foi captada em 8 de agosto, mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) só admitiu a existência da guerra entre o grupo e a polícia 83 dias depois, em 30 de outubro. Atualmente, 135 das 152 unidades prisionais de SP são controladas pela organização. Em reunião dia 6 de novembro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, revelou a Alckmin preocupação com a expansão do grupo pelo país.

No entanto, metade dos Estados onde ocorreram "batismos" ignora a presença da organização em seus territórios, apesar do alerta da Senasp. O governo de Minas Gerais disse acreditar que "não há registros de nenhuma facção criminosa, ao longo da história, nas ocorrências de criminalidade violenta do Estado".

Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Minas (Seds) informou ainda desconhecer a metodologia usada no relatório da Senasp, apesar da parceria que o órgão estadual mantém com a Promotoria de Combate ao Crime Organizado no Estado, uma das mais atuantes no controle da atuação da facção paulista nos presídios mineiros.

O governo mineiro disse possuir "um sistema de inteligência prisional e policial consistente", que envolve as polícias Militar e Civil, e citou "ações policiais de fronteira organizadas que evitam a invasão de facções ou organizações criminosas".

Fonte.:OTEMPO

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