domingo, 9 de dezembro de 2012


Seis PMs são presos por abordagem a suspeitos antes de ataque a ônibus

Abordagem teria ocasionado o ataque a um ônibus na Zona Norte de SP.
Outras 7 pessoas foram detidas suspeitas de incendiarem o veículo.

Do G1 São Paulo

Ônibus foi incendiado na manhã deste domingo  (Foto: Fabiano Correia/ G1)Ônibus foi incendiado na manhã deste domingo (Foto: Fabiano Correia/ G1)
Seis policiais militares foram presos em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio após abordagem a dois suspeitos, que teria ocasionado a morte de um deles e o ataque a um ônibus na Zona Norte de São Paulo neste domingo (9). De acordo com o coronel Audi Felix, os PMs foram detidos porque testemunhas da abordagem contaram versões diferentes das apresentadas pelos policiais.
Coronel Felix (Foto: Fabiano Correia/G1)Coronel Audi Felix (Foto: Fabiano Correia/G1)
Duas equipes participaram da ação. A primeira abordou os dois suspeitos e, segundo Félix, fez os disparos que mataram um dos rapazes. Depois, a outra equipe chegou ao local. Entre os PMs detidos, estão um tentente, um sargento, três soldados e um cabo, que serão levados para o Presídio Romão Gomes.
A abordagem dos PMs teria gerado revolta dos moradores, o que pode ter ocasionado o ataque a um ônibus, na região do Parque Edu Chaves. Segundo a PM, um grupo jogou combustível e ateou fogo no veículo, o que causou a morte de dois passageiros, que não conseguiram descer. Pouco antes das 11h deste domingo (9), um segundo coletivo foi incendiado a cerca de 500 metros dali.
Por causa desses dois ataques, sete pessoas também foram presas nesta tarde, informou o Delegado da Seccional Norte, Cosmo Stikovics Filho. Alguns deles ficaram queimados e precisaram ser socorridos a hospitais da região.
Em relação à abordagem que causou a prisão dos seis PMs, o coronel Félix disse que chegaram testemunhas com uma nova versão dos fatos. "Cabe ao delegado entender. E ele entendeu, dentro das convicções dele, que é o caso de fazer autuação em flagrante e delito”, explicou Félix. “Há contradição com o relato dos policiais militares. Eles são firmes em dizer que no momento do confronto não havia ninguém na via pública, mas tudo isso vai ser apurado”, complementou.
Em nota, a Polícia Militar informou que os policiais solicitaram aos dois suspeitos que deixassem o veículo em que estavam. Segundo a PM, eles desceram atirando e houve troca de tiros. Porém, a mãe de um deles, que foi baleado e não morreu, afirmou que o rapaz “nunca andou armado”. Segundo ela, ele teve uma passagem por porte de drogas há dois anos.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o jovem passou por uma cirurgia para retirar a bala e permanece internado na UTI do Hospital São Luiz Gonzaga, em estado estável, sob escolta policial.
Moradores da região relataram também que houve espancamento de outras pessoas durante a ação. Segundo a Secretaria da Saúde, o irmão do jovem que foi morto está internado no Hospital Vila Maria, com um trauma no maxilar, que seria decorrente de um confronto com um policial.
No entanto, o coronel Félix disse que não há informações sobre essa ocorrência. “Não há informação sobre nenhum espancamento de vítima. Eles [policiais da segunda equipe] chegaram depois e participaram tão somente do socorro da segunda pessoa baleada”, afirmou.
"Pessoalmente, fico triste com a notícia porque são companheiros e estavam trabalhando. Mas, infelizmente, a vida de um policial militar está sujeita a isso. Nós torcemos para que toda a verdade venha à tona, mas a PM não acoberta nenhuma ação indevida", concluiu. Além do inquérito policial, a PM também instaurou um inquérito administrativo para apurar os fatos.
Ônibus foi incendiado na Zona Norte da capital paulista (Foto: Edison Temoteo/Estadão Conteúdo)Ônibus foi incendiado na Zona Norte da capital paulista (Foto: Edison Temoteo/Estadão Conteúdo)
fonte  http://g1.globo.com/

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