sábado, 1 de dezembro de 2012

Rosemary articulou contrato de empresa da família com BB
Suspeita participou ainda de falsificação de atestado para ficar com a obra
Publicado no Jornal OTEMPO em 01/12/2012
FOTO: DENISE ANDRADE/ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília. À medida que o tempo passa, mais suspeitas caem sobre as atitudes de Rosemary Nóvoa Noronha quando esteve à frente de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Segundo inquérito da Polícia Federal (PF), ela conseguiu que uma empresa do Banco do Brasil (BB) contratasse a empreiteira que tem o atual marido dela, João Vasconcelos, como diretor e um genro como sócio.

A New Talent recebeu R$ 1,12 milhão da Cobra, braço tecnológico do BB, num contrato com dispensa de licitação. O termo foi assinado em 17 de maio de 2010, quando a vice-presidência de tecnologia do banco era comandada por José Luiz Salinas.

Apadrinhado do ex-ministro José Dirceu e do deputado Ricardo Berzoini, Salinas tinha ascendência sobre as decisões da Cobra. Ele perdeu o cargo em junho de 2010, quando foi transferido para a Ásia. Segundo fontes no governo federal, Salinas costumava frequentar o gabinete de Rosemary.

De acordo com as investigações da PF na Operação Porto Seguro, a New Talent apresentou atestado falso para conseguir a obra no BB. O documento "comprovava" capacidade da empresa para prestar o serviço dando como referência uma obra na Associação Cultural Nossa Senhora Aparecida, no valor de R$ 2,8 milhões. A associação é controlada por Paulo Vieira, ex-diretor Agência Nacional de Águas (ANA), que seria parceiro de Rosemary em esquema de corrupção.

A obra era para reforma no prédio da Cobra em Barueri (SP). O BB queria unificar os centros de tecnologia que operavam em Brasília e no município. O último pagamento foi atrasado porque a New Talent entregou a obra sem cumprir as especificações do contrato. O repasse final foi feito apenas após a regularização da obra.

A PF interceptou e-mails de Rosemary para Paulo Vieira nos quais ela cobra auxílio para que a New Talent obtenha contratos.

Segundo a PF, Rosemary também tentou aprovar no BB o aumento da capacidade de crédito da empresa Tecondi, que teria comprado parecer falso para ampliar sua capacidade no porto de Santos. Rosemary pediu a diretores que comandavam essa área no BB um aumento de R$ 48 milhões. A decisão, porém, é colegiada e o banco vetou o pedido.
o tempo

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