FIM DO VESTIBULAR DA UFMG
Universidade usará apenas sistema unificado e não terá mais prova exclusiva de segunda etapa
Decisão foi informada no fim da tarde desta terça-feira
O
vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos mais
tradicionais do país, será extinto a partir deste ano. A reitoria da
instituição anunciou nesta terça-feira (19) que
vai aderir totalmente ao processo seletivo ao Sistema de Seleção
Unificada (Sisu), que utiliza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
para o ingresso na universidade.A decisão foi informada após uma reunião do Conselho Universitário, no início da noite desta terça-feira (19). Em 2011, a UFMG havia aderido parcialmente ao Enem como forma de ingresso para a primeira etapa, mas a segunda etapa era feita exclusivamente por meio de uma prova da universidade. Agora, o processo será todo feito por meio da nota no Enem e pelo cadastro dos alunos no Sisu.
“A nossa decisão vai ao encontro com as outras universidades do Brasil
e com a metodologia usada em países desenvolvidos. É muito mais
democrático porque o aluno poderá fazer um único
processo seletivo”, afirmou o reitor da UFMG, Clélio Campolina.
O sistema da política de cotas da universidade continuará o mesmo.
“Como aderimos em 2012 com 12,5% das vagas, no próximo ano, esse índice
será de 25% e vai atingir, no processo de 2015, os 50% previstos na
lei”, explicou.
Apenas os cursos que exigem exames para identificar habilidades – como música, dança e teatro – terão edital específico. Os candidatos a esses cursos farão o Enem e depois a prova de habilidades.
Especialistas
Eliane Fonseca, diretora pedagógica do pré-vestibular Soma, vê a
decisão da universidade como positiva. “Já estava na hora de Minas
aderir (ao Enem). Os cursinhos em geral sabiam que isso poderia
acontecer. A mudança assusta os alunos, mas entendo que agora será mais
fácil, pois eles vão estudar para uma coisa só”, explicou.
Carlos Magno Lemos, especialista em educação e professor da
Universidade Federal de Pernambuco, concorda. “Os cursinhos vão aderir a
essa demanda, e isso será muito positivo porque o aluno estará
preparado até para o vestibular em outras universidades”.
Já a especialista em educação Rosângela Mendonça alerta que é preciso
tomar cuidado para o Enem não se transformar em um grande vestibular,
com dificuldades que excluam os alunos de escolas públicas. “Já existem
cursinhos particulares especializados na preparação para o Enem. Temos
que ver até que ponto a adesão total ao exame será democrática. O Enem é
muito positivo porque cobra mais a habilidade do aluno do que a
memorização, mas há realidades regionais que não são consideradas em um
vestibular unificado”.
Alunos
O vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas,
Gladson Reis, informou que a entidade é a favor da mudança. Porém, ele
questiona o fato de a decisão ter sido
tomada sem diálogo com os estudantes. “O vestibular era um método que
privilegiava os estudantes com condições financeiras de fazer cursinho,
mas, mesmo com o Enem, ainda há desigualdade”.
fonte o tempo
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