terça-feira, 19 de março de 2013

FIM DO VESTIBULAR DA UFMG
Universidade usará apenas sistema unificado e não terá mais prova exclusiva de segunda etapa
Decisão foi informada no fim da tarde desta terça-feira

FOTO: LEO FONTES
Para reitor, o processo seletivo será mais democrático
O vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos mais tradicionais do país, será extinto a partir deste ano. A reitoria da instituição anunciou nesta terça-feira (19) que vai aderir totalmente ao processo seletivo ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o ingresso na universidade.
A decisão foi informada após uma reunião do Conselho Universitário, no início da noite desta terça-feira (19). Em 2011, a UFMG havia aderido parcialmente ao Enem como forma de ingresso para a primeira etapa, mas a segunda etapa era feita exclusivamente por meio de uma prova da universidade. Agora, o processo será todo feito por meio da nota no Enem e pelo cadastro dos alunos no Sisu. 
“A nossa decisão vai ao encontro com as outras universidades do Brasil e com a metodologia usada em países desenvolvidos. É muito mais democrático porque o aluno poderá fazer um único
processo seletivo”, afirmou o reitor da UFMG, Clélio Campolina. 
 
O sistema da política de cotas da universidade continuará o mesmo. “Como aderimos em 2012 com 12,5% das vagas, no próximo ano, esse índice será de 25% e vai atingir, no processo de 2015, os 50% previstos na lei”, explicou.
 
Apenas os cursos que exigem exames para identificar habilidades – como música, dança e teatro – terão edital específico. Os candidatos a esses cursos farão o Enem e depois a prova de habilidades.
 
Especialistas
 
Eliane Fonseca, diretora pedagógica do pré-vestibular Soma, vê a decisão da universidade como positiva. “Já estava na hora de Minas aderir (ao Enem). Os cursinhos em geral sabiam que isso poderia acontecer. A mudança assusta os alunos, mas entendo que agora será mais fácil, pois eles vão estudar para uma coisa só”, explicou. 
 
Carlos Magno Lemos, especialista em educação e professor da Universidade Federal de Pernambuco, concorda. “Os cursinhos vão aderir a essa demanda, e isso será muito positivo porque o aluno estará preparado até para o vestibular em outras universidades”. 
 
Já a especialista em educação Rosângela Mendonça alerta que é preciso tomar cuidado para o Enem não se transformar em um grande vestibular, com dificuldades que excluam os alunos de escolas públicas. “Já existem cursinhos particulares especializados na preparação para o Enem. Temos que ver até que ponto a adesão total ao exame será democrática. O Enem é muito positivo porque cobra mais a habilidade do aluno do que a memorização, mas há realidades regionais que não são consideradas em um vestibular unificado”. 
 
Alunos
 
O vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Gladson Reis, informou que a entidade é a favor da mudança. Porém, ele questiona o fato de a decisão ter sido tomada sem diálogo com os estudantes. “O vestibular era um método que privilegiava os estudantes com condições financeiras de fazer cursinho, mas, mesmo com o Enem, ainda há desigualdade”.
 
 

  fonte o tempo

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