quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Minas
Mais de 90% das cidades estão despreparadas para a chuva
Documento levanta áreas de risco e é fundamental para prevenir tragédias
A maioria dos municípios do Estado ainda não consegue se prevenir com eficiência de desastres naturais, como enchentes e deslizamentos. Segundo dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 8,2% dos municípios mineiros possuíam um plano municipal de redução de riscos relacionados aos desastres em 2011. Entre os que não tinham, estavam Guidoval e Ponte Nova, ambos na Zona da Mata, castigados pela chuva no último ano.

A gerente de pesquisa do IBGE, Vânia Pacheco, explica que o plano de redução de riscos é um documento no qual as cidades mapeiam todos os perigos ambientais, geológicos, geotécnicos e construtivos, traçando objetivos, metas e ações para a prevenção. "Ele pode minimizar a ocorrência das tragédias", diz Vânia, ressaltando que 10,1% dos municípios brasileiros estavam elaborando o plano na época da captação dos dados. Em Minas, eram 7,3%.

Alguns dos municípios que sofreram com o último período de chuvas sequer conheciam os pontos de perigo em seus territórios. É o caso de Guidoval. Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal (Comdec), Silvio Vardieri, o mapeamento começará a ser feito na próxima segunda-feira. "Realmente, existia uma carência em relação a isso. Mas vamos mapear para que, na hora em que houver o sinistro, seja possível ter as informações das áreas que são mais atingidas", explica.

Em Ponte Nova, o plano de contingência para as chuvas também foca mais a resposta ao desastre do que a prevenção. O coordenador do Comdec, Cícero Gomides, afirma que a cidade já possuía o plano de redução, mas que não havia repassado os dados. A maioria das medidas para prevenir os estragos da chuva, no entanto, só foi tomada em janeiro deste ano, quando o município já havia sofrido com enchentes e mortes.

Indispensável. Para especialistas, o plano de redução de riscos e o mapeamento das áreas perigosas são fundamentais. O engenheiro civil e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Nilo de Oliveira Nascimento explica que a quantidade de municípios que possuem esse tipo de informação ainda é pequena. "O mapeamento permite aprimorar a gestão. Você sabe melhor quando e como agir", disse. Com o planejamento, ainda é possível interpretar melhor a previsão de chuvas e evitar o avanço da ocupação de áreas de risco. No Brasil, 6,2% dos municípios têm o plano.
fonte o tempo

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