quinta-feira, 1 de novembro de 2012


SP registra execução de dois PMs e mortes em confrontos com polícia

Crimes ocorreram entre noite de quarta (31) e a madrugada de quinta (1º).
No período, 11 pessoas morreram na região metropolitana e em SP.


Entre a noite desta quarta-feira (31) e a madrugada desta quinta-feira (1º), São Paulo e região metropolitana registraram duas execuções de policiais militares e quatro mortes de suspeitos de crimes em confrontos com a Polícia Militar.
Até por volta das 12h, foram contabilizadas no período 11 mortes cujas linhas de investigação envolvem também homicídios dolosos e latrocínio.
Em entrevista ao G1 na noite de quarta (31), o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, afirmou que a situação é de "absoluto controle" no estado. Ele negou haver uma "guerra" entre policiais e traficantes. Desde o começo da semana a PM realiza operação em Paraisópolis, onde realizou prisões e apreendeu lista com supostos nomes de policiais marcados para morrer.
Entre os crimes registrados nesta madrugada estão as execuções de dois policiais ocorreram na Favela de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo. Os PMs Hailton Borges dos Santos e Antônio Paulo da Rocha haviam deixado o trabalho e voltavam para suas residências no ABC quando foram mortos.
Os PMs, que exerciam a profissão há mais de dez anos, já estavam em horário de folga e foram atingidos por pelo menos cinco disparos na Rua Paraíba, na favela de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo. Eles foram levados ao Pronto-Socorro do Hospital Heliópolis, mas não resistiram.
Os demais casos de violência ocorreram em São Miguel Paulista, na Zona Leste, Osasco, Embu das Artes, Santana de Paranaíba, Barueri e Carapicuíba.
Carapicuíba
Na noite desta quarta-feira, policiais militares localizaram em Carapicuíba, na região metropolitana, um veículo roubado ocupado por dois homens. Durante a abordagem, os suspeitos tentaram fugir e iniciaram uma perseguição.

O confronto terminou na Avenida Benedito Alves Turíbio, em Osasco, quando o carro no qual os suspeitos estavam atingiu outros veículos. Houve troca de tiros e um dos ocupantes do carro suspeito morreu. O outro conseguiu fugir. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Osasco, mas deve ser investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Embu das Artes
Já durante a madrugada, três suspeitos de assaltar uma sorveteria em Embu das Artes foram perseguidos pela PM até a Avenida Augusto de Almeida Batista. No local, houve troca de tiros. Um dos suspeitos foi atingido e morreu em um pronto-socorro da cidade. Os outros dois integrantes do grupo conseguiram fugir.
São Miguel Paulista
Em São Miguel Paulista, na Zona Leste da capital, policiais militares surpreenderam dois suspeitos dentro de uma agência bancária na Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra. Houve troca de tiros e dois suspeitos de tentar assaltar o banco morreram. O caso foi registrado na Central de Flagrantes do 63º Distrito Policial, na Vila Jacuí, e também deve ser encaminhado ao DHPP.
Zona Sul e ABC
Na Zona Sul da capital, um vigilante noturno foi executado com cinco tiros nas costas na Avenida Nossa Senhora do Sabará, no Campo Grande. Ele foi encontrado dentro do próprio carro.
No Parque São José, na região de Santo Amaro, também na Zona Sul, um homem de 30 anos foi baleado na rua e morreu no Hospital do Grajaú.
Na região do ABC, um homem foi baleado na Vila Gilda, em Santo André, e morreu. Os pertences encontrados no local do crime indicam que a vítima era um morador de rua.

Barueri
Um homem foi encontrado morto a tiros na Rua Ipê, em Barueri, na Grande São Paulo, no início da manhã desta quinta-feira (1º). Moradores da região escutaram disparos por volta das 6h40 e acionaram a Polícia Militar. No local, o homem foi encontrado sem vida no meio da rua.

O caso foi registrado como homicídio na Delegacia Central de Barueri. Como a vítima estava sem documento e dinheiro, porém, a polícia vai investigar um possível latrocínio.  O homem era um trabalhador conhecido pelas pessoas da região em que o crime aconteceu, pois ele morava no bairro e passava regularmente pela Rua Ipê.

Santana de Parnaíba
Já em Santana de Parnaíba, outro caso de um homem assassinado a tiros foi registrado na delegacia central do município na manhã desta quinta. A vítima foi encontrada pelas policiais dentro de um carro na Rua Verona, já morta. Ela não tinha passagem policial. Até as 11h40, não havia mais informações das circunstâncias do crime.

 Governo fala sobre ajuda federalSegundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, parte das mortes das últimas semanas se deve à disputa pelo controle dos pontos de vendas de drogas. Ele admitiu que há uma ação de criminosos contra policiais militares.
"O que existe são homicídios praticados por grupos conflitantes na disputa de pontos de distribuição de entorpecentes. Existe também uma ação contra policiais militares por “n” razões", afirmou. "E a gente, só depois de prendê-los, é que nós vamos saber a motivação desses crimes."
Ferreira Pinto disse que o governo estadual não recebeu ofício do governo federal oferecendo ajuda. "A gente está curioso para saber os termos da ajuda. O ofício até agora não chegou. E nunca foi feito oferecimento. Eu entendo que eles têm algo a oferecer na compra de equipamentos para a polícia técnico-científica, na área de inteligência. Não estamos pedindo dinheiro para custeio. Estamos pedindo dinheiro para elaboração de projetos", complementou.
O secretário disse que, na próxima semana, vai reiterar o pedido de quase R$ 149 milhões para ajuda na compra de equipamentos. Ele afirma não ter discutido propostas sobre planos de ações mútuas.

"Nunca sentamos em uma mesa para tratar de plano conjunto. Isso aí precedia uma reunião com os técnicos da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública, órgão subordinado ao Ministério da Justiça), com os técnicos da Secretaria da Segurança Pública. Essas coisas não se fazem do dia para a noite", afirmou.
Sobre a declaração do ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, que falou que o homem público tem que ter humildade e que arrogância não resolve nada, o secretário disse ter sido mal interpretado  "Ele confundiu os sentimentos. Eu estava realmente indignado", afirmou. "Um dia antes da eleição ele vem dizer que ofereceu recursos para São Paulo", afirmou.
Ferreira Pinto disse ser normal a oscilação na taxa de homicídios no estado. Em 1999, a taxa de homicídios era de 35,2 por 100 mil habitantes e caiu para 10 e voltou a se elevar. "Essa oscilação é natural. Nós há muito tempo não tínhamos chacina aqui na capital, no interior. Ontem (terça) teve uma em São Carlos. Então isso aí acaba elevando o número de homicídios", afirmou. "A tendência é voltar ao patamar de 10,5, 10,10, como era antes", disse.
Sobre a crítica de que o governo estadual tenha feito uma escolha política ao não fazer operação em Paraisópolis, ele nega que a ação tenha sido protelada por causa das eleições. "Não foi escolha política. Fizemos todo um planejamento e aí veio aquele período em que não se poderia prender ninguém, aquela restrição da Lei Eleitoral", afirmou.Segundo ele, a operação deve durar 25 ou 30 dias.
Ao Jornal da Globoo secretário de segurança disse estar disposto a aceitar a oferta do ministro da Justiça de colaboração na área de inteligência para superar a onda de violência no estado. “Nós estamos aguardando a oferta, que será aceita de pronto. Vamos aceitar. Mais do que isso: eu vou a Brasília semana que vem, vou reapresentar uma planilha de projetos. Não é simplesmente receber recursos”, disse Ferreira Pinto. Em entrevista ao G1, o secretário informou que estuda implantar de uma companhia da PM dentro de Paraisópolis.


Nenhum comentário:

Postar um comentário